23 de fev. de 2011

INESPERADAMENTE...



Eu era pequena lagarta, você me encontrou e me deu abrigo.


Fiz de você meu casulo, quente, macio,


Na frondosa árvore do teu amor.


Por um tempo você me cuidou, me alimentou,


Com amor e doces palavras.


Pouco a pouco fui crescendo, rompendo barreiras,


Me enchendo de vida, sempre me alimentando de você,


Com você.


E numa noite fria, você me deixou, e levou consigo meu amanhecer.


Fiquei mais uma vez sozinha...


Ao tentar voar e conservar as asas que me deste.


Do alto cai, me machuquei, as asas perdi.


Antes lagarta insignificante...


Hoje borboleta errante, sedenta do teu amor,


Magoada pela dor que você impiedosamente me impõe.


Ainda há em mim lampejos de você,


Em forma de saudades, que por vezes dilacera meu peito,


Embarga minha voz e uma lágrima cai, e com ela,


Um pouco mais de você que luto incansávelmente para tirar de mim.


A você, que um dia vieste a mim, tão inesperadamente me tocou,


Me possuiu inteira, e tão inesperadamente se esvaiu e,


Sumiu no horizonte banhado de ADEUS.


Especialmente para você, meu amor tão efêmero,


Tão único e tão inesquecível.



Por: Ahtange Ferreira

Um comentário:

  1. Parece que você vive o que escreve.
    Fico a imaginar como como seria ser amado por alguém assim.

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