22 de mar. de 2011

Um Chamado Especial


Peço para que, Cygana, Terapeuta Holístico, Ahtange Ferreira, TENDA CIGANA, Happy, Simone, Dany, Ana Terra e quem mais vier e a todos que tiverem a oportunidade de compartilhar as palavras deste CANTO, e até mesmo ao Cigano – autor do site onde o texto foi postado - que leiam e releiam o que nosso amigo Rosam, num momento de inspiração (entre tantos que o mantém vivo e ativo) escreveu. Há nele, em sua aparência, entrelinhas e claramente, verdades incontestáveis:
Somos Muito Mais do que Aparentamos Ser.
Temos Muito Mais a Oferecer do que Temos Oferecido.
Somos Parte de um Todo e Somos Especiais.
Temos Tudo o que Precisamos.
Temos, em nossa Memória Akáshica, TODAS as Informações.
SOMOS BONS, basta que saibamos manter afastadas as vontades “desagregadoras”, para que toda a Bondade se expanda.
TUDO podemos, basta querer.



OS PINGOS NOS IS
por ROSAM CARDOSO
Por um instante, abracemos a lucidez e nos postemos perante às vozes que ecoam vindas de diversas origens. Há uma enxurrada. Grupos de todas as linhagens, associados ao instante evolutivo da Terra, expressam sua espiritualidade através de incorporações, canalizações, manifestações que dão voz a um sem números de seres de outras dimensões, outras galáxias, outras...
Todos postulam saberem das condições e potenciais do primitivo ser humano e põem-se a orientá-lo para que se prepare, para que se sincronize, para que entenda quem realmente é, a fim de assumir sua condição de ser iluminado, de anjo, de...
Sabemos, até onde pudemos investigar, que o ser humano sempre foi dado a representações. É a forma que escolhemos para representar o invisível e aproximá-lo o mais possível da realidade, querendo torná-lo palpável, apreensível à terceira dimensão.
O pânico e o desespero perante nossa ignorância do desconhecido, levaram-nos a criar uma infinidade de religiões, filosofias e ideologias. Ainda precisamos fervorosamente de um Pai, de um líder, de um governante, de um guia que tenha as rédeas e norteie nossa conduta. Que nos apazigue com a proteção. Que nos dê a mão e nos leve a navegar na solidão desse Universo frio e caótico. Um pai xamânico, um pai cristão, um pai zen. Alguém que nos faça ter sentido. Que reúna os mandamentos, que nos oriente e diga a direção a tomar.
Apesar disso, permanecemos desorientados. Tantas vozes e nada ecoa. Tantas verdades que nos sentimos partidos. Tanto, que elegemos algo que mora no etéreo e simboliza a união de tudo que supomos elevado. Supomos que, em algum lugar lá fora, encontraremos o paraíso.
É importante ressaltar o verbo “supor”. Da Bíblia ao Alcorão, do oriental ao ocidental, por mais fieis que tenham sido aqueles que transcreveram os livros sagrados, nada foi além da suposição.
Supomos que Deus existe, supomos que existem anjos e seres iluminados que escolheram tutorar ou adotar o ser humano. Supomos que existem seres em outros planetas. Tudo que tange o espiritual vaga na esfera da suposição. Mesmo alguém que incorpora ou canaliza uma entidade está preso à dimensão de sua memória e do seu sentir – um violão só sabe violar. O sentir é uma propriedade dos receptores corporais, já o sentimento ou a expressão do sentir é uma suposição mimética moldada pelas informações culturais do indivíduo. Ele só consegue expressar aquilo que conheceu. Se ele, em um transe, ouve uma voz que lhe fala na mente, certamente ele não dirá que foi Mashibitupara da dimensão Cromera, mas dirá que foi Deus, Oxalá, Kryon, Arcanjo Miguel ou uma infinidade de outros seres que fazem parte de nosso inconsciente coletivo.
Se esses incorporadores ou canalizadores disserem que estão acessando a memória do registro akáshico do planeta e estão trazendo, através de si, uma consciência, isso não terá o menor valor: as pessoas o olharão como se estivessem olhando a um louco. Se, por outro lado, eles demonstrarem que estão incorporando Exu ou canalizando o Arcanjo Miguel, aí a coisa muda de figura. Algo no inconsciente das pessoas faz brilhar uma luzinha e aquela representação ganha sentido, ganha respeito. É verossímil às expectativas memoriais. Acreditamos mais no Arcanjo Miguel do que no Seu Miguel que mora na esquina. Seu Miguel é um de nós, limitado como nós, cheio de problemas como nós. O que pode saber o seu Miguel? Ao fechar os olhos, porém, seu Miguel se deixa levar por umas tremelicações e seu timbre de voz ganha outros contornos. Pode ter certeza, o Arcanjo Miguel tomou posse daquele corpo e o está utilizando para trazer mensagens importantes para os seres humanos, para seus filhos. Nós nos postamos humildes e receptivos, devotos e admirados por termos alguém tão elevado que, apesar de nossos descaminhos, ainda nos orienta, nos perdoa e é capaz de dizer que somos seres iluminados. Seu Miguel deixou de ser da esquina e passou a ser o Miguel que nos traz a voz do Arcanjo.
Não é de estranhar que possam chamar essa dissertação de cética, fruto de alguém que não possui fé, de um ateu. Trata-se, contudo, justamente do oposto: é a fé que desenha estas linhas.
Aqui, porém, não se trata de uma canalização e não há nenhum ser soprando no meu ouvido estas palavras, mesmo porque sou totalmente materialista, no sentido lato da palavra. Mas também não é um saber meu, eu não o possuo, egoicamente falando, mas o saber que flutua ao nosso redor e no meu ser e vibram na ponta dos meus dedos. Não posso dizer que sei como isso se dá, só ajo e singro.
O infinito espírito da consciência cósmica, veja bem, aqui não falei Dele, de um Sujeito cósmico, mas de uma consciência que se criou através das experiências e que mantém um constante feedback com a criatura para poder atualizá-la nos processos evolutivos. Esse espírito de consciência encontra infindáveis vias para chegar até nós e se utiliza dos códigos a que estamos familiarizados para que possamos ouvir com a menor quantidade de defesas possíveis. Uns se sentem mais familiarizados com Saint Germain, outros com Preto Velho, mas o que importa é o que a consciência nos retorna. São bocas diferentes ecoando a mesma voz. A voz de tudo que já foi criado e nos alimenta com seu saber.
Isso me possibilita antever que o humano materialista, por mais religioso ou esotérico que seja, está se preparando para o processo de espiritualização, ou seja, está ascendendo a um estágio mais sutil de sua condição: seu corpo fluido de líquidos, composto pelos quatro elementos, está evoluindo. Nós, dessa época, temos a graça de presenciar essa transição.
Quero chamar a atenção, todavia, ao fato de que enquanto vagamos pela transferência da representação damos oportunidade para que forças desagregadoras ganhem espaço. Veja bem, não rotulo de positivo, nem de negativo, apenas que existem forças no Universo que são agregadoras e forças que são desagregadoras. Há a fusão que dá origem ao Sol e a fissão que dá origem a bomba atômica. Ambos são explosão, só que um se alimenta de si e o outro destrói e deixa estéril. Não há nem mal nem bem nisso, só que não parece ser de nossa natureza querermos nos extinguir.
Como existem pessoas bem estruturadas em seu ego, que são amáveis, compassivas e estão disponíveis a servir a um bem maior, também existem outras que possuem o ego ainda carente, necessitados de reconhecimento, gananciosos e sedentos de poder. Os primeiros agregam, os outros desagregam, faz parte de seu propósito dividir para dominar. Sendo a representação uma transferência que delega àquele ator a posse da “verdade” e sendo ele alguém que está focado em interesses próprios ou de um grupo, estará em sua natureza gerar leis, regras ou degraus de iniciação para manter o controle e a posse da vontade alheia.
Tanto a força agregadora como a desagregadora sempre existiram e sempre existirão, e volto a dizer que não há nem mal, nem bem em nenhuma delas. É a realidade do Universo. Pensando, porém, nos degraus que viemos alcançando e naquele que por hora estamos prestes a galgar, vem ao meu ser a possibilidade de diferenciar o joio do trigo, não por hierarquia, mas por propósito. E essa diferenciação deixará, a olhos vistos, a que senhor cada um serve.
Todos nós somos capazes de tudo, mas cada um possui um dom, uma aptidão. Todo mundo pega uma bola e sai jogando por aí, mas alguns fazem disso uma arte, aprimoram e encantam. Como somos dados à representação, fazemos deles, ídolos. Todos nós temos capacidade sensitiva, mediúnica. Ao silenciarmos, podemos perscrutar o invisível, mesmo porque somos feito dele. Alguns, entretanto, têm uma frequência tão maleável que podem vibrar em outras dimensões e acessar a frequência dessa bruma energética que nos envolve. Como somos dados à representação, chamamos estes de médiuns, canalizadores, que acabam como gurus, só pelo fato de serem mensageiros.
A esta bruma energética mencionada convencionamos chamar: mundo dos espíritos. Lá está o arquivo de tudo que já foi criado, tudo que inventamos e o infinito que podemos inventar e criar. Não é só um arquivo; é uma inteligência a que convencionamos chamar: Deus. A isso reconhecemos como sagrado - os princípios essenciais que nos mantêm existindo.
A espiritualidade, nesse ponto, roga para deixar de ser cativa das religiões, grupos filosóficos ou esotéricos e assumir-se como viveiro dos sentidos. Uma incubadora para aqueles que percebem ter chegado a hora de ascenderem em suas vibrações e estarem em comunhão com o espírito que os incita a luzir. Daqueles que se aceitam parte e que participam. Nesse processo de espiritualização, os mais sensitivos estarão em par, desprovidos de qualquer representação, compartilhando suas experiências, auxiliando para que todos possam estar afinados na mesma linguagem, na mesma frequência. Aqui está o diferencial: o exercício de sermos todos um.
Este momento é oportuno para que escolhamos se vamos assumir a magnitude de nossa existência; ou se vamos optar pela sedução das ilusões. Em que posição estaremos mais aptos para sentirmos a hora em que tudo irá mudar? Estaremos olhando para o próprio umbigo, o trem irá passar e seremos atropelados, sem sequer podermos anotar a placa?
Quando esta vasta bibliografia, mídia e filmes falam dos escolhidos acentuam a ideia daqueles que serão colhidos. Lá fora, existe um ser ou seres, que, na hora devida, virão para recolher os eleitos. Não sabemos dos critérios deles. Nesse espaço vazio, as religiões, filosofias e corporações determinam as regras de comportamento. O que sabem religiões, filosofias e corporações do invisível senão suposições? As religiões, no máximo, são mensageiras e fazem uma representação do invisível e chamam-no: a voz de Deus. Arrogam-se a posição de pontífices – aqueles que fazem a ponte entre o sagrado e o mundano. A consciência, todavia, evoluiu, e hoje sabemos que o sagrado mora em cada átomo e em cada vazio de tudo que há. Somos tão sagrados como os seres que vagueiam pelas esferas etéreas.
Conscientes dessa nova dimensão, podemos dar um outro sentido ao significante “escolhidos”: aqueles que sabem colher. Colher o sutil, o amoroso. Colher da convivência sem disputa. Colher da dor a aprendizagem, da queda o impulso para subir. Colher desapego. Olhar cada ser que se debate em inconsciências, colher compaixão e alimentá-lo com amor. Quem colhe se abre para os ciclos. Sabe que existe a hora de arar, de jogar as sementes, de regar, aguardar, aguardar, aguardar. Proteger dos insetos e das ervas daninhas, aguardar, aguardar, aguardar. Esperar que o fruto se assanhe e aguardar, aguardar, aguardar até que esteja maduro, pronto para doar-se em sabor e prenhe da semente de uma nova era.
Quem colhe interage com o todo, sente-se parte, vibra junto.
Para vibrar junto, não pode estar separado, é claro, mas existem muitas formas de estar junto e de estar separado. Aqui, o essencial, é não distinguir eles de nós, mas vivermos a clareza de que eles somos nós. Juntos. Arando, semeando, aguando, aguardando e sorvendo o fruto. Frequências da mesma inteligência. E que podem alçar de um estado a outro, do sólido ao sutil. Do repouso à criação. Do que sente ao que emana.
É hora de começarmos nossa conversa de seres espirituais sem representantes ou representações. O presente, um presente em ação. Sem ninguém que intermedeie nossas emoções e ideias com o invisível. Cada um, um cristal que brilha na sua cor e faz parte do brilho de todos. Um aglomerado de ossos e carne, que alinhados, em crístico cristal se realiza.

Um comentário:

  1. Como sempre, minha Amiga adorada e de inteligência ímpar, Cerri, nos fazendo refletir sobre a grandiosidade de nossa existência!

    Mas, a bem da verdade, o lindo texto não me pertence e sim ao grande Terapeuta Holístico Rosam Cardoso. O texto pode ser encontrado no site "CANTO CIGANO", https://sites.google.com/site/cantocigano/artesaos-do-ser/ospingosnosis.

    Mesmo assim fica aqui minha admiração e o agradecimento a esta doce Amiga de todos nós!

    Te adoro!

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