19 de dez. de 2011

A casa dos sonhos? By Dany

Eu encontrei a casa dos meus sonhos
e para lá eu fui de mudança
E naquele quintal imenso

eu plantei as flores da esperança
O meu sonho mais sonhado, 

finalmente eu havia encontrado
O meu lar com muito amor eu comecei a enfeitar




Os três primeiros anos foram de muita alegria
A minha casa estava finalmente do jeito que eu queria 
O jardim enfeitado com flores de todas as cores; 
era lindo de se olhar!
Não faltava mais nada para a felicidade me abraçar

Mas o tempo passou e algo mudou
Eu sentia, eu percebia; mas não queria enxergar
Ouvia, mas não queria escutar
Sons e ruídos que vinham do lado de lá



E aquele pequeno transtorno, eu decidi ignorar
Quem sabe esquecendo, aquilo tudo iria passar?
E tudo o que eu mais temia me acompanhava, 

e apavorada eu fugia
Só que de ruídos então passaram

a ser estrondos e isto era todo dia


As paredes falavam, porém eu fingia não escutar
Um barulho que me tirava o sono 

e não me deixava pensar
Eram as vozes do ódio com ferros e pregos a se misturar!
E para me acalmar nas claras manhãs...
 só os comprimidos eram bem vindos

E o meu pavor foi crescendo, sem dimensão
O ponteiro do relógio não andava,
aumentando a minha depressão
Quanto eu mais rezava, 

aquele fantasma vinha me assombrar
E eu já não mais existia,

eu era o próprio medo a me arrastar


Nas paredes do corredor
haviam mãos que estavam prontas para me puxar
À noite pesadelos estranhos; 
uma criatura agarrada no teto a me fitar
Então um dia eu decidi,
ir para rua para esquecer um pouco o tormento
Porém quando eu voltei,
a casa parecia que ia cair a qualquer momento
Tremia, ruía, balançava 
e tudo naquele ambiente  parecia querer me expulsar
E o susto foi tão grande que eu me ajoelhei

e cheguei a vomitar!


Ali eu já não me sentia sozinha, 
sombras obscuras me acompanhavam em todo o lugar
E dentro de casa com muito medo, eu andava devagar
No quintal eu ouvia as vozes dos homens 
que estavam na fábrica a trabalhar
Barulho de ferros, brocas e metal;
muitas risadas e todas elas eram para me assombrar!


E enlouquecida eu havia me tornado,
em uma mulher sem nenhum horizonte
Suja, triste, sem esperança e sem fome
Pelos móveis da casa 
se espalhavam os meus comprimidos
E assim se passaram sete anos, 

entre prensa, martelos e  ruídos
 E as vozes e as risadas se transformaram em gritos


A casa dos meus sonhos tinha se transformado no inferno
Morreram as flores, e o meu jardim com cores obscuras
só conhecia o inverno!

Como eu sobrevivi?
 Hoje eu estou viva e posso lhe contar!

 Eu fugi!


E a fábrica se encontra no mesmo lugar!

Janete Sales(Dany)


Cradle of Forest

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