MIL CILINDRADAS

Marina da Paz

A ti, querido menino, esta poesia.

A ti, querida vovó e prima, a minha Poesia.

Caía muito no chão...

Músculos distróficos, então.

Anos avançando, a doença progredindo...Um senão.

Cadeira de rodas, seria a solução.

Neste dia, o menino resignado, chorou.

Mas um motoqueiro sensível e amigo, Angel, veio.

Sua atitude não só a ele, mas a todos levantou...

Ao menino convenceu quando mostrou

Eles só andavam sobre rodas...Motor? Show!

Veio a tribo de motoqueiros, junto desfilou,

e ele, na cadeira sobre a D20, participou.

Sorriu. Enquanto todo mundo chorou.

Era para ter partido aos 12, partiu aos 18.

Cercado de cuidados e de muito amor.

Querido e Doce Menino, muito nos ensinou.

Seu sorriso está gravado. Sua resiliência, nos melhorou.

E quando nada...Também pelo olhar, se comunicou.

Exibiu a força do olhar, realeza, quando este transborda o Amor.

Há um mês partiu... Tranquilo. Alçou vôo, volitou.

Espero que tenha encontrado, no Além, outro anjo motoqueiro.

Desta vez pra voar com a moto com a qual Você sonhava...

Aquela, bonitona, de não sei quantas mil cilindradas...

Salve o menino cigano, espírito liberto: ELE, o metaleiro da Estrada!

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