5 de mar. de 2011

A Máscara Caiu... e Agora?


Não precisa ser carnaval para estarmos fantasiados.
Criamos nossas fantasias no dia a dia.
Não compramos, não roubamos, não emprestamos... simplesmente as criamos, como ótimos artistas que somos!
Passamos os dias fantasiados de bons filhos, bons amigos, bons irmãos, bons amantes, bons profissionais, enfim... bons em alguma coisa.
Sorrimos quando temos vontade de chorar, nos calamos quando temos vontade de gritar, nos preservamos de ser o que somos naturalmente, talvez por medo de rejeição.

Rejeitar uma máscara é bem diferente de rejeitar a nós mesmos! É fácil jogar a fantasia feia no lixo, e nos esquecermos dela. Mas é bem difícil aceitarmos que não somos o “ó do borogodó” para todo mundo!
Aos poucos, vamos notando que a fantasia pesa, que a maquiagem borra, que a máscara sufoca, e vamos nos libertando dos trajes. Deixamos cair primeiro as partes que não nos convém, e insistimos em preservar outras, que pensamos que nos fazem bem, nos trazem alegria, nos fazem melhores.
Deixamos para tirar as maiores máscaras por último, as máscaras da ilusão de que somos diferentes de qualquer outro. A máscara da arrogância, do sorriso falso, do corpo magnífico, da intelectualidade que não temos, da amorosidade forjada para angariar companhia.
Quando estas máscaras caem (ou são por nós retiradas) - por envelhecimento, amadurecimento, sensatez - sentimo-nos nus!!!
A priori, podemos não nos sentir bem, pois a sensação de proteção se esvai.
Mas...
Devagarinho...
Vamos sentindo a leveza de sermos nus – nós mesmos.
Não temos mais o peso da fantasia, mas a leveza da realidade.
Não temos mais a maquiagem borrada, mas as linhas de nossos rostos confirmando que vivemos.
Não temos mais as máscaras sufocantes, podemos respirar aliviados todo o ar fresco do viver nu.
Voltamos a ser naturais, simples, iguais... como nascemos...
Esse é o resgate da nossa inocência, da nossa pureza...

Desejo a todos nós que o carnaval seja comemorado com alegria, e com as máscaras próprias deste evento. E que ao passar a festa, possamos retirá-las para voltarmos a ser
índios desta tribo que nos acolhe, sem máscara alguma.

Cerridwen

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