25 de abr. de 2014

As flores do arvoredo...By Janete Sales Dany


Cigano bonito que estava de passagem numa cidade do interior...
A roupa era vermelha e trazia cordões de ouro no pescoço; um primor...
Fez uma dama ficar vibrante e aquela imagem para ela era o amor...
Mas o cigano se foi pela estrada infinita; levando todo aquele esplendor!

Ela sabia que os ciganos 
vivem caminhando para outros lugares...
Respiram outros ares; 
pisam em novas terras e se banham em outros mares...
A liberdade está em aproveitar cada estação; 
senti-las na pele e no coração...
Nos dias de chuva e no sol ardente 
as caravanas seguem sempre em frente!

O cigano se foi e não deixou nenhum rastro; 
nem mesmo sabia o seu nome...
De noite a dama olhava as estrelas 
e pensava no mistério daquele homem...
Nunca mais viu aquele olhar misterioso 
que olhou dentro dos olhos dela...
Queria vê-lo e por isto fazia muitas promessas; 
vivia de joelhos na capela!



Certa noite enquanto ela dormia 
sentiu que ganhou um beijo muito quente...
Apreciou o arranhar da barba do cigano no seu pescoço;
 muita coisa veio à mente...
Naquela hora ela viu que a vida se abriu; 
tanta força que tudo por dentro sorriu...
Céu estrelado e lua prateada; 
o mar fluindo e a terra sedenta ficou inundada!

E a amável noite expirou 
e o vento abriu a janela do quarto; era bem cedo...
Foi a presença mais bela que sonhou; 
mas ainda sentia as flores do arvoredo...
Um cheiro de rosas perfumava o ambiente; 
a dama chorou sorridente...
Aquela magia permanecia no ar 
e toda noite a dama queria sonhar, sonhar...

Janete Sales Dany
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